Em Outubro de 1950 quis o destino e a força do seu inseparável grupo de amigas que Mercedes participasse num certame organizado pela LV12 de Tucumán, sob o pseudónimo de Gladys Osório, e viesse a ganhar o primeiro prémio que consistia num contrato por dois meses na emissora local.

Era o principio de tudo.

Uma década depois, os revezes dos tempos e dos gostos trouxeram a música folclórica à ribalta e o nome de Mercedes Sosa estava conotado com o canto popular, como integrante do Movimento do Novo Cancioneiro, uma renovada corrente do folclore que entretanto surgira na província de Mendoza e que se propunha colocar de lado as modas passageiras, para tomar o seu lugar na vida quotidiana do homem argentino, com as suas alegrias e as suas tristezas.

Entre os artistas fundadores e promotores deste movimento encontravam-se Armando Tejada Gómez, Manuel Óscar Matus e Tito Francia.

As suas atitudes artísticas e pessoais foram surpreender um público que estava acostumado a outras coisas.

Juntamente com o seu marido Manuel Oscar Matus fizeram concertos na Universidade.

Matus, através de uma editora independente lança o primeiro disco de Mercedes Sosa intitulado Canciones con fundamento.

Por causa dessa opção, Sosa teve que esperar vários anos até conseguir o reconhecimento do publico, reconhecimento esse que chegou com o Festival Nacional de Folklore de Cosquín, em 1965 quando, graças à generosidade do cantor Jorge Cafrune, todo o país pode conhecer aquela maravilhosa cantora argentina.

Ficou assim registado o marco do nascimento da grande artista popular que sempre o mereceu ser e que hoje é aclamada por esse mundo fora.